sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Um Outro Olhar

                                                   Um outro olhar

Muitas vezes nos sentimos ridículos por “não saber”, por “não entender”, ou por não saber fazer direito alguma ação que nos é proposta. Sentimo-nos constrangidos, amargurados e tratamos de escapar da situação com desculpas de “agora não estou disponível”, outro dia quem sabe?”, ou mesmo críticas do tipo: “para que isto?”/ “qual o propósito desta proposta”?/ “Para que serve?” “A que isto leva?” ou outras formas de crítica.
Toda situação “nova” é vista, em geral, como desagradável, como questionadora de nossa capacidade e, portanto, tratamos de fugir da melhor maneira possível.
Ao diagnosticarmos que o que está sendo proposto não faz parte de nosso cotidiano e, conseqüentemente, não temos a destreza para realiza-lo, nos sentimos expostos, frágeis e vulneráveis.
Diversas situações novas são evitadas, ou seja, se por um lado enunciamos entusiasticamente o desejo do novo, por outro o tememos, pois ele traz uma exigência de mudanças, e passamos a encarar muito frequentemente o novo como um exame, uma prova de nossas capacidades, de nossas habilidades, nossos saberes.
Não estamos humildemente abertos á experiências novas, sobretudo a partir de determinada idade.
Expor-nos e mostrar um desajeitamento, um “não saber” muitas vezes tem o sabor de derrota. Estaremos sujeitos á criticas e classificações.
A experiência do novo passa a ser uma experiência angustiante. Passamos a querer transformar o novo em algo parecido com alguma coisa já conhecida, para poder lidar com ela.
Caímos sempre no medo, e medo já foi definido como o oposto do amor.
Se por outro lado compreendermos, ou interpretarmos a experiência nova como uma oportunidade de crescimento, de ampliação de nossas possibilidades (e percebermos que a nível fisiológico serão novas sinapses em construção), estaremos dando um passo em direção a ampliação de nosso repertório de respostas á vida. Uma chance maior de exercer mais plenamente o amor, a inteligência e a energia que somos.

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